Descubra o que mudou nas tecnologias de transporte de músicas, fotos e dados nos últimos 50 anos.
Você já parou para pensar no que poderia ser
armazenado em um disco rígido de 5 MB? Uma música? Alguns textos? Nada
muito importante. Sim, é difícil imaginar a vida cotidiana sem pensar em
gigabytes e terabytes, mas há 50 anos, era assim que o mundo da
informática vivia: baseado em 5 megabytes de espaço em disco.
O
ano exato era 1956 e a IBM havia acabado de lançar o então moderníssimo
IBM 305 RAMAC, um computador nada portátil que pesava algo em torno de 1
tonelada (1000 Kg). De lá para cá, muita coisa mudou, é óbvio, e o que o
usuário mais tem percebido – mesmo analisando apenas os últimos dez
anos – é a relação inversamente proporcional entre tamanho e capacidade.
Agora
o portal Baixaki traz ao usuário algumas informações muito
interessantes acerca da história das mídias de armazenamento, tanto no
campo musical, quanto nos campos fotográfico e digital, relembrando os
principais dispositivos criados para o carregamento de dados e também
algumas curiosidades sobre esses elementos tecnológicos.
Da cera ao iPod...Hoje é
difícil conhecer alguém que não possua um MP3 player ou qualquer outro
reprodutor digital de mídias: 2 GB, 4 GB...Isso parece pouco em alguns
momentos, as mídias armazenam horas e mais horas de canções sem
repetições, mas isso nem sempre foi assim, há muito tempo a história era
bem diferente.
Um dos primeiros formatos de mídia musical, o
cilindro fonográfico, inventado por Thomas Edison, era composto de
estanho e podia ser reproduzido apenas três ou quatro vezes. Devido à
pouca durabilidade foi criado um outro cilindro, de cera, que durava
mais e possuía maior qualidade.

Em
1895, os cilindros foram substituídos por discos de goma-laca, que eram
tocados em 78 rotações, possuíam mais potência sonora e armazenava até
44 minutos de músicas.
Já no século XX, na década de 30, foi
criado o sistema de gravação em bobinas, ou fitas de rolo, ou seja,
fitas plásticas que podiam guardar os áudios de maneira eficiente para a
época. Tendo em média 16 cm de diâmetro, as bobines foram inspiração
para a posterior fita cassete, que tinha a grande vantagem de ser
extremamente portátil e podia tocar até uma hora inteira.
Dos discos que passaram a ser produzidos em vinil até as fitas
magnéticas, muito tempo passou, até que em 1982 os primeiros CDs
começaram a ser comercializados. Eles possuíam a vantagem de serem
gravados digitalmente, possibilitando melhores equalizações e, por
consequência, maior qualidade na reprodução, que chegava a 80 minutos.
Hoje,
o que impera no mundo da música é o iPod (e alguns outros tocadores de
mídia digital), pois a capacidade de armazenamento é gigantescamente
superior. Um iPod de 120 GB pode guardar o tempo de reprodução
equivalente ao de 3829 discos de vinil; 3663 minidiscs; 2808 fitas
cassete ou 2106 CDs.
Das câmeras instantâneas ao cartão de memória...No
século XX houve a expansão dos mercados consumidores e as câmeras
fotográficas começaram a fazer parte da vida cotidiana de muitas
pessoas, mesmo das que não faziam parte da elite. Logicamente o sucesso
não foi algo rápido, sendo gradativamente alcançado. Durante anos, as
câmeras de foto instantânea imperaram no imaginário popular, até que as
primeiras câmeras com filme de revelação posterior foram lançadas.
A maioria dos filmes podia armazenar entre 12 e 36 fotos que, em
seguida, seriam reveladas e lotariam os álbuns fotográficos que
suportavam cerca de 100 fotos e ocupavam algo em torno de 800 cm³ nos
armários das famílias.
Se esses álbuns forem comparados aos primeiros disquetes, já se pode
começar a perceber o quanto a digitalização facilitou o armazenamento
das fotografias, pois um disquete de 3,5 polegadas poderia guardar até
50 fotos em baixa resolução.
Isso era só o começo, afinal um
disquete tinha capacidade de apenas 1,44 MB. Já pensando em mídias mais
modernas, como flash drives e cartões de memória, acoplados às câmeras
digitais que já não são mais alimentadas por filmes químicos, e sim por
memória eletrônica, a comparação parece ainda mais absurda.
Um
cartão de memória SD (Secure Digital) ou mSD (Micro Secure Digital) pode
chegar a armazenar até 4000 fotos nos 2 GB de memória interna, sem
chegar a ocupar espaço físico significativo.
Pensando em uma unidade de armazenamento de 120 GB, o acervo de
fotografias poderia chegar a 31 mil fotos, ou então a um disco rígido de
2 Terabytes, em que 680 mil fotos poderiam ser guardadas, o equivalente
a 6800 álbuns de fotografias; 28 mil filmes e mais de 1 milhão de
disquetes.
Do RAMAC ao pendrive...Como
contado no início do artigo, há pouco mais de 50 anos eram necessários
computadores de mais de uma tonelada para que o armazenamento de 5 MB
fosse possível. O tempo passou, os computadores foram diminuindo e as
capacidades aumentando de maneira inversamente proporcional.
Já
foram lançados discos rígidos de 200 MB a 2 TB e não param de surgir
novos modelos. É difícil imaginar o que seria dos usuários hoje, com
menos de 80 GB, assim como é impossível pensar em como seria o mundo da
informática de 50 anos atrás, se já houvesse a memória de terabytes.
Mas talvez o maior trunfo já atingido pela indústria da informática
esteja na mídia portátil. Assim como nos dispositivos fixos, os avanços
tecnológicos nos armazenadores portáteis diminuíram as dimensões e
aumentaram exponencialmente as capacidades de memória.
Até os
anos 80, o famoso “disquetão” de 5,25 polegadas e 1,2 MB era o mais
usado para transportar dados de um computador a outro. Pouco tempo
depois foi lançado o disquete de 3,5 polegadas e 1,44 MB, que tinha mais
vantagem pela estabilidade (os “disquetões” estragavam com uma
facilidade incrível) do que pela memória em si.
O tempo passou e
os computadores pessoais passaram a ser vendidos com drives leitores de
CDs, que possuíam 700 MB, o que representava uma enorme capacidade de
memória, se comparados com os disquetes, que ainda não haviam sido
abandonados, devido aos preços altíssimos dos gravadores de CD. Quando
estes tornaram-se populares, as pequenas unidades flexíveis de 1,44 MB
foram sendo gradativamente deixadas de lado.
Mas os avanços tecnológicos não pararam por aí. Em 1996, exatos 40
anos após o surgimento do RAMAC, foi lançada uma nova mídia muito
semelhante aos discos compactos: era o DVD (Digital Versatil Disc), que
podia armazenar até 4,7 GB e, posteriormente, com o DVD de camada dupla,
8, 5 GB.
Desenvolvido numa parceria entre Toshiba, Philips e Sony, o DVD foi
popularizado como uma mídia cinematográfica, pois a funcionalidade mais
explorada pela indústria foi justamente a de reprodução de filmes. Sendo
assim, além dos CDs, o DVD também foi o algoz de outra mídia muito
importante para a história da tecnologia, as fitas VHS.
Quando os
8,5 GB começaram a ser pouco para tanta qualidade gráfica, a indústria
cinematográfica ganhou um novo parceiro: o Blu-ray. Lançado oficialmente
em 2006, foi a primeira mídia a suportar resoluções altíssimas e áudio
de alta qualidade em discos únicos.
Os discos Blu-ray podem
possuir 25 GB ou 50 GB (quando de camada dupla), sendo pouco utilizados
para transporte de dados, já que o processo de gravação é um pouco
demorado e a qualidade é idêntica à de DVDs.
Os dispositivos que mais cresceram nos últimos anos, exclusivamente
pela capacidade, facilidade e velocidade no transporte de dados, foram
os pendrives, que outrora foram limitados aos 32 MB de memória e hoje já
chegam a armazenar mais de 128 GB, sendo as mídias portáteis mais
eficientes da atualidade. Em questões de memória, ficam atrás apenas dos
discos rígidos, que podem armazenar terabytes.

Um
pendrive de 128 GB pode ser comparado (em questões de capacidade
interna) com: 28 DVDs; 187 CDs; 91 mil disquetes de 3,5 polegadas ou 109
mil disquetes de 5,25 polegadas. Um disco rígido de 2 TB pode armazenar
o conteúdo de 17 pendrives desses.
Além disso, outra forma de
transportar dados de forma segura – mesmo que não tão portátil – é
através do uso de HDs externos. Eles geralmente são acoplados a gavetas
externas e conectados aos computadores através de cabos USB.
Por
enquanto o processo de transferência de arquivos é um pouco lento, pois
a velocidade de resposta dos USBs é limitada, mas num futuro próximo -
com o surgimento de tecnologias como o Light Peak - o processo pode ser
bem mais veloz.
Até aonde iremos chegar?Analisando
a enorme evolução tecnológica que ocorreu nos últimos 50 anos, surge
uma dúvida que é recorrente às mentes humanas: em 1956, uma tonelada
armazenava 5 MB, hoje 2 milhões de MB podem ser armazenados em menos de
100 g. Até onde isso poderá evoluir? Chegará um dia em que as mídias
serão ainda mais reduzidas? Ou a internet ficará tão rápida que não
serão necessários os transportes físicos? Deixe sua opinião.