Jim Watson/AFP
Braço biônico consegue reproduzir ao amputado parte das sensações da pele
Um braço biônico ortopédico controlado pelo pensamento do usuário, que, inclusive, reproduz para o amputado parte das sensações da pele, será apresentado nesta quinta-feira (17) durante uma importante conferência científica nos Estados Unidos.
Mais de 50 amputados de todo o mundo, muitos deles veteranos de guerra que perderam partes do corpo em combate, receberam próteses como essas desde que foram inventadas pelo médico americano Todd Kuiken em 2002.
O braço usa uma tecnologia chamada de restauração nervosa muscular dirigida (TMR, na sigla em inglês), que redireciona os sinais do cérebro dos nervos lesionados aos músculos que estão intactos e em uso.
Glen Lehman, um sargento americano reformado que perdeu o braço no Iraque, vai demonstrar a tecnologia na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Antes da apresentação, Kuiken contou que, há mais de 20 anos, se deu conta de que "as próteses da época eram incapazes de aumentar as funções e o movimento dos amputados".
- Embora seja preciso progredir muito mais, conseguimos fazer avanços significativos para melhorar as capacidades dos amputados.
Uma série de esforços para ensaiar e melhorar esse tipo de robótica 'leitora do pensamento', conhecida como interfaces cérebro-computador, também serão exibidas na conferência.
Graças a essas interfaces, os cientistas podem instalar chips de computador na superfície do cérebro para interpretar a atividade neuronal, o que permite aos pacientes com lesões na espinha dorsal controlar uma variedade de aparelhos, de jogos de computador a próteses.
Apesar de a tecnologia ser surpreendente, não é nada fácil de manipular para os pacientes. Segundo José del R. Millan e sua equipe da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, em um aparelho com "interface cérebro-computador típico", os usuários mandam mensagens mentais para a direita, a esquerda ou no ponto zero (sem comando).
- Mas o ponto zero é muito complicado de manter e exige concentração extrema. Depois de mais ou menos uma hora, a maioria dos usuários fica exausta. O que não ajuda muito se você precisa manobrar a cadeira de rodas em um aeroporto.
Por isso, agora os pesquisadores tentam montar uma máquina que leia os sinais do cérebro do amputado e interprete sua vontade. Eles pedem a eles que leiam ou falem em voz alta enquanto pensam a maior quantidade possível de direções à direita, à esquerda e neutras. A tecnologia aprende a distinguir entre tanta informação e entende quando um comando é ordenado.
Segundo os cientistas, o resultado, "torna a multitarefa uma realidade, ao mesmo tempo em que permite aos usuários respirar".
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